Na época da faculdade, eu fazia quase tudo a pé. Até tentava ir de ônibus para a aula, mas a falta de paciência em ficar parada esperando me fazia avançar caminhando, de ponto em ponto. Quando menos percebia, já estava lá. Eu também fazia isso para ir ao estágio e para a academia, que, por sinal, eram do outro lado da cidade.
Durante quatro anos da minha vida, no mínimo, minhas pernas foram meu principal meio de transporte - caminhando ou pedalando!
E assim foi até que, alguns anos depois de formada, tive condições de comprar o meu primeiro carrinho: um Fiat Uno cor de uva.
Estranhamente,a partir daí, passei a sentir que os caminhos aos quais eu estava acustumada a percorrer a pé ou de bike eram muito mais longos do que eu poderia aguentar e foi então que meu hábito mudou. Comecei a fazer tudo de carro, inclusive ir para a nova academia na qual me matriculei naquela época, bem mais próxima de casa.
Parecia que meu Uninho não fazia a mesma força que as minhas pernas faziam para me levar onde eu precisava ir e qualquer distância passou a ser cansativa desde que minha vida motorizada começou.
Isso foi há mais de 10 anos e, hoje em dia, com tantas opções e formas de pagamento disponíveis, comprar um carro é tão fácil quanto comprar uma bicicleta.
Mas está acontecendo uma coisa, no mínimo, curiosa: muita gente anda se estressando no trânsito e o que antes servia para facilitar a vida, começa a se tornar um perigoso risco para a saúde.
Todos os dias, milhares de motos e carros são vendidos a milhares de pessoas que estavam acostumadas a andar a pé (ou de ônibus ou de bicicleta), mas as ruas, avenidas e rodovias não estão crescendo ou sendo modernizadas na mesma proporção que essas vendas.
Como consequência, temos carros estacionados nos lugares mais absurdos e motoristas que "costuram" os veículos pelos quais passam, que não usam a seta, que gritam, esperneiam e rodam a baiana por qualquer coisa... Enfim, temos pessoas que esqueceram que, um dia, já foram pedestres.
Começo a sentir saudade da época em que minhas pernas eram meu carro e, prinipalmente, a questionar se para ser independente no trânsito tenho, realmente, que ser tão dependente de rodas que precisam de gasolina ou álcool para se movimentar.
É claro que, para muitas coisas e situações, o carro ainda é será o meio de locomoção mais confortável. Mas, para pequenas distâncias como ir à padaria, ao caixa eletrônico ou visitar um amigo que mora próximo, que tal voltar a utilizar os dois veículos que só dependem da sua força de vontade para funcionar?
Use mais as suas pernas!!!
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2 comentários:
Pois é, Kaká...Lembro perfeitamente quando faziamos isso!!! Bjos
Gostei muito do tema abordado, parece redundante, mas não é, pois todos sabem e poucos praticam. Eu já adotei a tempos este saudável hábito, trabalho a 35 minutos a pé da minha casa, são 3,5 km x 4 ao dia (vou em casa almoçar) ao fim do dia, são 14 km percorridos. Resultado: Faço meus exercícios gratuitamente, economizo combustível, não poluo o ar, não colaboro com o trânsito caótico e não deixo o meu carro torrando ao sol. Mas o que parece, não é só a questão do conforto e comodidade, o capitalismo perverso nos ensinou a consumir, e quem consume tem o podre status social. Finalizando, precisaremos sucumbir ao caos para aprendermos a viver. Parabéns pelo texto. André Bianc
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