Em meados do ano passado, estabeleci uma meta pessoal: voltar a correr 10km em março de 2012. A prova escolhida foi a General Salgado, realizada há 27 anos na cidade de Taubaté.
Eu estava indo bem nos meus treinos de preparação para a prova, até que deixei esse objetivo de lado em razão de uma mudança profissional. Me mudei para Porto Velho, para um novo emprego e, no mês que antecedeu a prova, treinar corrida não foi a minha prioridade no dia a dia.
Na semana que antecedeu a prova, um dilema: vou ou não vou? Seria mais fácil desistir e usar a desculpa dos últimos acontecimentos. Afinal, 10km exigem um condicionamento físico um pouco melhor que o normal para serem finalizados.
Ao mesmo tempo que essa desculpa passou pela minha cabeça, pensei na época que eu demonstrava mais força de vontade para cumprir as metas que estipulava para mim mesma. Não faz muito tempo, quando eu metia uma ideia na cabeça, não poupava esforços para colocar em prática os desafios a que me sujeitava. Também não faz muito tempo que deixei de lado a disciplina e a determinação para os objetivos que tanto me animavam a seguir em frente.
Depois de toda essa reflexão, resolvi seguir adiante e cumprir o que prometi a mim mesma. Afinal, sempre dá para desistir quando o percurso começa a complicar.
Além do longo percurso, o outro desafio era aguentar o tempo quente e o sol forte na cabeça. Nem boné conseguiu evitar o desconforto que senti durante a uma hora e os 23 minutos que levei para cumprir a prova e que me garantiram o último lugar.
Durante o caminho, me esforcei para continuar, diminui o ritmo, pensei em parar, em fazer apenas a metade do percurso, em pegar atalhos... Veio à minha mente um trecho da "Filosofia do Sucesso", que diz: "se você fizer as coisas pela metade, você será um fracassado." Felizmente, a força de vontade para me manter na linha falou mais forte.
No último quilômetro, uma angústia começou a tomar conta de mim. Eu seria a última a chegar. Como seria a sensação de fracassar num esporte que, há cinco anos, eu tirava de letra? Como seria enfrentar o sentimento de vergonha que, há muito tempo, nem passava perto de mim?
Em meio às minha divagações pessoais, fiz amizade com o corredor que ficou em último lugar na prova do ano passado. A meta dele era não ser o último desta vez.
Quando estávamos perto da linha de chegada, deixei ele seguir alguns segundos à minha frente. Vi que não deveria ser tão ruim ser a última a chegar. Se fosse, ele não estaria ali tentando se superar novamente.
Me permiti a experiência de ser a última colocada na edição deste ano. Não sofri nem me envergonhei, apenas curti as palavras de incentivo das pessoas que ficaram ali perto da linha de chegada para homenagear quem não se entrega a qualquer dificuldade. E não foram poucas. Sempre há alguém disposto a te animar.
Fiquei orgulhosa por ter cumprido a minha meta e por reencontrar, na linha de chegada, uma Karina cansada, mas da qual tanto me orgulhei no passado e que está disposta a voltar!
3 comentários:
Kaká!
Como já te falei hoje, repito, você chegou por último na prova, mas chegou à frente de todos que nem tiveram iniciativa de tentar! E só por isso, merece PARABÉNS!
Você sempre foi um exemplo de determinação para mim! Tenho certeza que em pouco tempo terá recuperado seu condicionamento.
Lembre-se, "os últimos serão os primeiros"... rs.
Bjs
Oi Karina,
Que bom que vc compartilhou conosco esta sua aventura de determinação. Lembra-se do "O importante é competir..."? Pois é, vc mostrou "endurance" e é isso o que importa. Parabéns!
Oi meu amor, utimo ou primeiro do que? Voce foi realizar um percurso e cumpriu. Lembrei de uma frase. Seguir o caminho tracado, voce vai chegar onde todos os chegaram. Beijos
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