sexta-feira, 20 de abril de 2012

O QUE OS OLHOS NÃO VEEM, O CORAÇÃO PRESSENTE

Difícil saber o que faz alguém confiar plenamente em outra pessoa e o que a faz ficar sempre com a pulga atrás da orelha, especialmente num relacionamento amoroso.

Aliás, para o segundo caso talvez exista uma explicação: decepções que acumulamos ao longo da vida, e que ficam guardadas lá no fundo da gaveta, acionam um sinal de alerta quando nos deparamos com situações semelhantes, algo como "acho que já vi esse filme antes". Imediatamente, revivemos tudo o que já passamos e temos a tendência a procurar o mesmo "padrão" de comportamento.

Tem gente que fala que é sofrer por antecipação. A ciência fala que é "intuição". Na minha opinião, talvez seja uma forma de preparar nosso coração para suportar as mesmas e velhas conhecidas decepções causadas, geralmente, por aqueles que estão mais próximos a nós.

Digo "suportar" porque é impossível evitar. Infelizmente, a confirmação da frase "quem procura acha" é certa para quase todas as pessoas. Para mim, sempre foi. Para muita gente que conheço, também.

Ao procurar o significado em vários dicionários, vi que um ponto em comum nas definições é que a confiança, geralmente, é direcionada ao que é externo a nós. É uma ação relacionada a algo, a alguém, ao futuro. Na sua etimologia, a palavra vem do latim Confidentia, "confiança", de Confidere, que significa "acreditar plenamente, com firmeza".

Se eu pudesse atualizar o significado, trocaria o verbo "acreditar" por "torcer" e complementaria: "torcer para não sofrer novamente".

Dizem que "o que os olhos não veem, o coração não sente". Acho que esse é o único ditado popular que ainda não consegui confirmar. Enquanto o ser humano contar com a incrível capacidade do cérebro de indentificar padrões, acionar fatos e nos alertar para o que pode acontecer, vai ser difícil confiar.

O que os olhos nao veem, o coração pressente.

Para quem já passou pela decepção de acreditar em alguém que não merecia nem o seu respeito, um conselho: a única pessoa que merece totalmente a sua confiança é você mesma. Por isso, confie na sua capacidade de agir corretamente, de conquistar tudo pelo que está batalhando, de escutar seu coração e valorizar quem realmente é digno do seu sentimento e, sobretudo, de se afastar de quem só te causa incerteza e dor.

Pode até ser que você se decepcione, mas ao menos terá a certeza de que não fez isso de propósito.

5 comentários:

Lucimara Fernandes disse...

Oi Ká,
Adorei a sua nova versão para o antigo ditado popular... Eu também acredito que o nosso coração pressente quando algo não vai bem... ou quando está acontecendo alguma coisa pelas nossas costas... ou, simplesmente, quando a relação não está correspondendo as nossas expectativas! E acho que é aí que está o problema, esperar mais do outro que ele pode, ou quer, nos dar... Como já escrevi em um post, há diversas formas de amar, a maior dificuldade é ficar satisfeita com qualquer maneira de amar... Será que qualquer uma delas vale mesmo a pena??
Muitas vezes, abrimos mão dos nossos valores para estar ao lado de quem amamos... Isso não teria tanto problema se o outro fizesse o mesmo por nós e juntos ficássemos felizes! Porque o que vale nesta vida é ser feliz! Agora, viver sozinha numa relação a dois é que não faz sentido...
Nós, mulheres, temos uma intuição muito grande, uma sensibilidade incrível e uma força enorme! Só precisamos aprender a usar tudo isso a nosso favor! E ser feliz sempre! Independentemente de quem está, ou não, ao nosso lado!
Um grande beijo!

Patricia disse...

Oi Ka, adorei muito esse texto e concordo plenamente, ... Bjo

Carolina C Souza disse...

Oi Karina, parabéns pelo post.
Muitas vezes confiamos em alguém e nos decepcionamos depois. Então, todas as vezes que encontramos casos similares, como você bem mencionou, buscamos um padrão e muitas vezes já "desistimos" de algumas pessoas por imaginar que realmente não dará certo.
Mas eu também acredito que não somos do tipo "atirar antes e perguntar depois". O ser humano ainda consegue confiar (ou enganar-se muitas vezes) sem "perguntar". Talvez seja nosso dom ou um dos maiores erros... Não sei.

Aguardo sua visita no meu blog!!! www.estranhabeleza.wordpress.com

Beijos
Carol

Adriana Otani disse...

Ka, amei seu texto.
Concordo plenamente com o "torcer" para que o outro corresponda ao que esperamos.
Por mais que agente faça a coisa certa, a confiança está totalmente relacionada ao que esperamos da outra pessoa. Não apenas fidelidade, mas em tudo ao que se refere nossas expectativas na outra pessoa.
Já me decepcionei muito também. E, na maioria das vezes, foi procurando que achei.

Hoje estou confiante na pessoa que está ao meu lado. Espero (novamente, minha expectativa) não me decepcionar. Nem decepcioná-lo.

Beijão, saudade!
Dri

Andréa Vales disse...

Ká...Falou tudo e mais um pouco!!! Bjos