Um dos principais problemas que dificultam o período de adaptação a uma mudança profissional talvez seja a tendência que algumas pessoas têm de levar as coisas para o lado pessoal.
Já vi pessoas sofrerem sentindo-se vítima de um novo gestor por pura imaginação. Pessoas que achavam que tudo o que o novo chefe fazia ou sugeria tinha a intenção única de prejudicá-las, como se o cara tivesse sido contratado, exclusivamente, para isso. Com base na sua própria insegurança, começam a enxergar conspirações em tudo. Passam a vigiar a atitude dos outros como se precisassem estar sempre alertas para evitar um golpe fatal. Fazem, de qualquer situação, um grande carnaval.
É fácil identificar pessoas assim. São aquelas que reclamam, reclamam e não tomam nenhuma atitude para tentar esclarecer o seu desconforto e checar se as suas suspeitas têm razão de ser. Parecem peixes numa poça rasa de água, se debatendo de um lado para outro, sem conseguir respirar - e, obviamente, sem conseguir se focar. O interessante é que essas pessoas se debatem com quem não pode fazer nada. São incapazes de ir direto ao ponto, de forma assertiva, e falar com quem realmente é o objeto de seus temores.
Ao agir assim, levantam a possibilidade de serem consideradas arrogantes porque, simplesmente, consideram-se importantes demais para dar o primeiro passo para tentar resolver o problema, já que ele só existe na cabeça delas.
Na realidade, o que existe é um grande medo de tentar algo novo, de aprender mais, de melhorar sua rede de contatos, de contribuir para as melhorias que precisam ser feitas, de sair de sua zona de conforto. Esse medo, sim, deveria ser alvo de sua preocupação, pois todos nós sabemos que, cada vez mais, as organizações abrem as portas para quem está disposto a inovar.
Esse papo de que "eu sempre trabalhei dessa forma" ou "eu não trabalho desse jeito" talvez ainda funcione com funcionários públicos. Para um profissional da iniciativa privada não há tempo para se lamentar e ficar choramingando sobre como o passado era bom. O maior desafio hoje em dia é se reinventar constantemente para não ficar para trás.
Um comentário:
Oi Karina,
Interessante a sua percepção daqueles que reclamam. Concordo que reclamar para quem não tem poder ou recursos para resolver o problema é chover no molhado. A melhor coisa e falar diretamente com quem pode tomar uma decisão. Infelizmente já vi gente que ia diretamente falar com aqueles que poderiam fazer algo e no fim serem demitidos ou rótulados como insatisfeitos e criadores de problemas. Mas ainda assim, o melhor é evitar comentários com aqueles que não tem nenhum poder para mudar a situação.
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