Tem gente que parece ter nascido com uma colher de pau na mão e um livro de receitas gravado na cabeça. Gente que consegue transformar qualquer simples alimento num delicioso prato digno de ser saboreado num restaurante.
Definitivamente, esse não é o meu caso.
Aliás, se é verdade que existe fila para receber alguns "dons" no momento que estamos sendo criados, da fila de aptidão para a gastronomia eu passei longe...bem longe.
Quando eu falo "longe", não estou exagerando. Nem escolher verduras e legumes eu sei. Quando o assunto é fruta, fica um pouco mais fácil. Afinal, não é tão difícil assim saber quando um mamão ou uma banana ainda estão "verdes" e sem condições de serem consumidos. Mas confesso que até com frutas eu já me enganei.
Já ouvi muitas histórias sobre como surgiu o interesse de algumas pessoas pela culinária. Tem gente que aprendeu a cozinhar para ajudar em casa. Tem gente que foi para a cozinha porque só gostava da comida da mãe e quis fazer igual para não passar sufoco. Tem gente que gosta de cuidar dos outros e cozinhar para outras pessoas é uma forma de demonstrar carinho e cuidado com quem amam... E tem gente que nasceu pra isso e transforma cada tomate cortado e cada cebola ralada numa verdadeira obra de arte.
Eu nunca aprendi a cozinhar, nem demonstrei interesse por isso. Nas pouquíssimas vezes que me atrevi a preparar alguma coisa, constatei pra mim mesma e para quem estava por perto que, realmente, não nasci pra isso.
Sou daquelas que preferem apreciar a "arte" dos outros, valorizando todas as qualidades que não possuo. Achei o máximo quando alguns supermercados começaram a pensar nos solteiros e começaram a vendar alimentos em porções individuais, para evitar o desperdício. Na realidade, acho que fizeram isso pensando nas pessoas que não sabem mesmo cozinhar. Se errarem na hora de seguir uma receita, o prejuízo não será tão grande.
Antigamente, saber cozinhar era um diferencial para mulheres que queriam se casar. Lembro quando uma ex-sogra da minha irmã observou que ela não era tão prendada, o que a deixou arrasada e, ao mesmo tempo, determinada a aprender a fazer qualquer coisa. Em tempos de facilidade para comprar tudo pronto, até a massa da massa minha irmã aprendeu a fazer.
Não sei cozinhar. Não tenho habilidade para cortar um tomate sequer e, muitas vezes, não enxergo a diferença na aparência de uma banana maçã, nanica ou prata. Mas evolui desde que comecei a prestar atenção no que os outros cozinham. Passei a notar temperos, texturas e aromas, mesmo sem ter a menor noção do que foi feito para eles estarem ali.
Algumas vezes, recebo cutucadas sobre essa minha falta de jeito com as panelas, mas não ligo. Nesses momentos, assumo tranquilamente meu papel de admiradora do talento dos outros. Acreditem.. É melhor assim!
4 comentários:
Ká,
Eu também não tenho o menor talento para cozinha... Mas sei comprar frutas e legumes direitinho! rs
Aprendi a cortar depois que fui trabalhar como voluntária para fazer sopa, fiquei 5 anos no projeto e foi lá que conheci melhor os legumes que, até então, nem comia. E só no ano passado, quando fiz dieta, acabei aprendendo a fazer a sopa, que antes eu só cortava os legumes.
Carnes, nem pensar, a única vez que fiz bife de fígado, que eu adoro, não comi, porque fiquei com nojo do sangue...
E por não saber cozinhar, como qualquer coisa sem reclamar, pois admiro qualquer pessoa que cozinhe para mim!
Realmente, cozinhar exige talento, que eu não tenho, ou ainda desconheço... Quem sabe um dia, quando eu precisar, aprendo? rs.
beijos
Achei seu testo muito divertido!!
Não se incomode com o fato de não saber cozinhar,com certeza tem outras habilidades. Cada pessoa nasceu com dons diferentes o seu é escrever.E convenhamos com o tanto de restaurante por kilo, comida congelada que tem por aí...o melhor mesmo é usar o tempo pra fazer o que gosta.Mas cá entre nós...uma comidinha caseira feita na hora não tem preço...rsrsr . Bjss
Oi Karina,
Também me diverti lendo o seu texto. Eu aprendi a cozinhar com meu marido, que aliás é um chefe na cozinha. No começo tudo o que eu pretendia fazer, no final, virava sopa. Acho que eu misturava muitos tipos de ingredientes e acabava com uma "guororoba" (acho que é assim que se diz). Bom, vendo como ele cozinhava, fui aos poucos imitando e comecei a me interessar por receitas. Aliás, o meu problema era preguiça de seguir uma receita, então eu achava que não sabia cozinhar. Vem me visitar que eu lhe mostro como fazer uns pratos simples, mas deliciosos (tenho mais livros de receitas do que toda a minha família reunida).
Karina,
Minha linda!
Cozinhar...
É uma arte.
Requer presença integral, senão a gente salga ou adoça demais, ou destempera, o alimento passa do ponto, fica cru, ou queima...
Então eu me habilito a cozinhar quando sei que a atenção é para aquele momento. Normalmente, na correria de minha vida recorro ao restaurante, marmitex, ou lanches rápidos.
Tem uma coisa que considero, sou curiosa, gosto de novidades. Então aprender é legal. Pode até virar uma brincadeira. Posso usar livros de receitas, ver as receitas da internet, assistir programas de culinária... Posso inventar, é legal também, porém sabendo que corro o risco de ter que jogar fora, rs... brincar com o paladar!
Não posso negar que me sinto vitoriosa quando faço algo gostoso. É gratificante.
Quanto a compra de frutas e legumes, vou pela intuição junto com a informação adquirida, e faço a seguinte pergunta: Dá para preparar ou comer hoje ou tem que esperar alguns dias. E se meu banco de dados não colabora, apelo para o vendedor, ou comprador que esteja por perto. Enfim, cada um tem seu jeito de lidar com as situações.
Gostei de compartilhar com vocês deste tema.
Beijos
Matê
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