domingo, 6 de fevereiro de 2011

SE NÃO GOSTEI, FALO NA CARA...*

Não dá para afirmar com 100% de certeza porque nunca fiz uma pesquisa, mas tenho a impressão de que são poucas as pessoas com o hábito de dizer, com todas as letras, o que realmente gostariam de falar. Muitas preferem se calar ou, o que é mais triste, deixam suas ideias “no ar”, na esperança de que os outros vão se esforçar para descobrir o que realmente estão pensando.
Os motivos para evitar falar de forma franca são os mais variados: receio de que os outros se magoem (pode acontecer quando somos sinceros demais), receio de que nos considerem rudes (mesmo se usamos o tom mais simpático do mundo), receio de que nos interpretem de forma equivocada (o que depende do estado emocional de quem está nos ouvindo), sei lá... A verdade é que tem muita gente engolindo sapo ao invés de realmente se comunicar.
Não se expressar com todas as letras até que não é um problema muito grave. Muita gente está acostumada com isso e até prefere agir assim. Mais complicado é quando as pessoas dizem que os outros têm que saber “ler nas entrelinhas” para entender o que está sendo dito e, pior, quando são irônicas ao fazer isso. “Eu falei isso desde o começo, você é que não soube ler nas entrelinhas...” Ai, ai, ai... Onde está a legenda do que está sendo falado?
Não gosto de ironias. Nunca gostei. Falar intencionalmente uma coisa quando, na verdade, queria dizer outra, além de não ser uma atitude muito honesta, é irritante.
Qual é a dificuldade em ser honesto nas próprias opiniões e ideias?  Se alguém pergunta alguma coisa, por que não ser sincero e simplesmente falar?
Se uma roupa é feia (para mim) e você perguntar minha opinião, vou responder: “eu não gosto”. Se eu não entender algo que você falou, vou pedir: “dá para me explicar de novo, de preferência de uma forma mais clara para que eu realmente entenda o que você está querendo dizer?”
Se você quer perguntar alguma coisa, esteja disposto a ouvir. Quando alguém pedir sua opinião, seja honesto na sua resposta e não fale apenas o que o outro ficaria feliz de escutar. Diga o que você realmente quer dizer (sempre mantendo o respeito, não esqueça, que é bom e todo mundo gosta, inclusive você!).
Para alguns, agir assim pode parecer falta de sensibilidade, mas acredite, é a melhor forma de praticar uma coisa que está muito em falta nas relações hoje em dia: a confiança.
Que tal tentar?

*Esse título é o mesmo de uma comunidade do Orkut aberta a todos aqueles que expõem o que pensam.

11 comentários:

ALEXANDRE WAGNER MALOSTI disse...

Karina, concordo plenamente. Embora a maioria das pessoas não estejam preparadas para essa sinceridade, mesmo acompanhada de respeito. Eu já fui bem mais sincero, hoje sou mais comedido, mas se perguntarem minha opinião ~sou extremamente franco. Por isso muito mal interpretado. Mas acho que ser sincero é a melhor maneira de se cultivar uma relação saudável, com verdade. Parabéns pelo post. Beijos

Anônimo disse...

Estou de acordo com você e sou sincera!!!!
Mas muitas vezes as pessoas sinceras são vistas como sem educação e metidas!!! Infelizmente!!!!
Ultimamente uso a minha sinceridade somente quando perguntam a minha opinião sobre determinado assunto caso contrário prefiro ficar quieta, pois já levou muita cacetada por isso!!!!
Beijos,
Denise.

Unknown disse...

É...
Eu ainda estou aprendendo que:
1-Se eu não deixar bem claro o que espero e o que preciso de alguem, ela nunca vai entender"nas entrelinhas" rs..
2-Que quem me conhece bem, nunca vai achar que estou sendo rude ou ironica qdo falar francamente com ela.
3-Que sempre tenho que me perguntar primeiro: - o que esta pessoa esrá me pedindo, eu realmente quero fazer? ou vou fazer só para agradá-la?
4- Que tenho que deixar bem claro tbém qdo não estou pedindo a opinião e sim simplesmente contando o que fiz ou a forma que agi.5- E que tambem, tenho que me policiar o tempo todo qdo vou dizer alguma coisa pra alguem, me perguntando se realmente é nescessário dizer. E eu aprendo muito com vc!

Andréa Vales disse...

Kaká, comigo sempre acontece...Me pedem opiniào e quando respondo sempre ouço NOSSA COMO VC É GROSSA e eu sempre respondo NÃO, ISSO É SINCERIDADE...Como seria bom se as pessoas entendessem que quando sou sincera é pelo simples fato de querer ajudar em alguma coisa que não está sendo bom para uma outra pessoa que não nos afeta em nada!!! Será que deu para entender??? rsrsrsrs
Bjos

victor disse...

Oi meu amor, os humanos na sua maioria gostam de escutar o que lhe agradam, portanto ser transparente ou dizer o que realmente precisa ser dito é um grande problema. Mas venho seguindo seus conselhos e esta funcionando, beijos

Adriana Otani disse...

As pessoas, na maioria das vezes, se magoam não pela verdade, mas por ouvir o que não estavam esperando. Pra mim, o que as deixam triste não é a sinceridade, mas é a decepção da opinião diferente do que elas têm. Agente, por natureza, espera que concordem, gostem de nós. Sempre penso: "é pra ser sincera ou pra ser simpática?" hehehe... Pra finalizar, acho que uma pessoa que consegue ser sincera é por que realmente gosta de você. Pessoas que não se importam em te dizer a verdade, não estão preocupadas nem te querem bem...

Scrap by RÔ disse...

Amiga...Sempre admirei vc por ser tão sincera!!! Eu tento ser sincera sempre, mas existem situações que me deixam sem saber o que falar, e justamente para aquelas pessoas que sei que não querem ouvir a verdade , nesse momento minha frase começa semprevassim..."Se eu fosse você... kkkkkkkkkkkkk Bjks

Unknown disse...

oiii Ká..saudades viu!! Nossa que texto heim..!! Gostei mas somente uso da sinceridade quando me perguntam o que acho/opinão, pq se não as pessoas ficam muito magoadas.... por isso adotei essa técnica de falar quando for o necessário e se alguem me perguntar a minha opinião aí sim sou sincerissima...bjs e abçs ká...

Unknown disse...

Realmente o texto descreve com exatidão o que muitas vezes ocorre.
Observo que a a maior dificuldade que temos de sermos sinceros ocorre quando somos íntimos/próximos da outra pessoa, talvez o medo de muchucar ou perder a amizade construída nos intimida a agir assim muitas vezes. Entretanto onde está a intimidade que não nos permite ser verdadeiros?

Andre M disse...

Karina,
o Márcio Vicentini me passou o link do seu blog porque me interesso por esses assuntos. Realmente, concordo plenamente com sua finalização: falar claro a verdade é a melhor maneira de se estabelecer confiança.

Se bem que penso que nem sempre é falta de honestidade. Mas é sempre falta de assertividade. Pois assertividade é isso. Dizer o que precisa ser dito. E gostaria de deixar aqui minha contribuição para as pessoas que se interessam por esse tema.
Como quase todo mundo, eu não era assertivo. Preferia ficar em desvantagem numa situação do que falar o que precisava. Então, há muitos anos, vi o título de um livro na livraria e pensei: "sou eu". O título era: Quando digo não, me sinto culpado(Dr. Manuel J. Smith).

Esse livro explica porque os bebês, que são sempre muito assertivos, são educados para não serem assertivos. Ensina como identificar claramente os vários tipos de relacionamento, e o seu papel neles, de modo que você saiba quais são os seus "direitos" neles. E ensina técnicas para treinar a falar o que você precisa, sem raiva, sem medo, sem agressividade, com a calma necessária. Ensina a ser assertivo.

Eu garanto, a gente vive muito mais tranquilo e inspira muito mais confiança.
Porque, para mim, confiança se cria sendo-se confiável. Para confiar em alguém, a gente tem que ver várias vezes que dá para confiar na pessoa, pelo comportamento dela.

Um abraço,
André Mayoral
andre.luiz.mayoral@gmail.com

Karina Lapido disse...

Alexandre, Denise, Meyre, Andrea, Victor, Adriana, Mir, Sandra e André...

Eu adorei o comentário de todos vocês. Eu realmente não sei em que momento mudei o meu jeito de ser e comecei a "falar na cara" o que pensava. Lembro que costumava me calar em momentos em que era fundamental me expressar, principalmente em relacionamentos. Sentia um medo inexplicável, como se ao falar eu pudesse ser punida de alguma forma...
Ao longo da vida engasguei com muitas coisas que engoli, o que me fez explodir várias vezes por nada. Aos poucos, fui testando as possibilidades de falar o que pensava, não concordar com algumas coisas e, às vezes, ser tão direta (assertiva talvez, como disse o André) no que queria dizer. Várias pessoas disseram que eu era grossa demais...talvez tenha sido mesmo e não me arrependo. Era um momento de transição e, se não fosse assim, talvez eu estivesse até hoje engolindo os sapos que tanto me incomodavam.
O legal é que hoje em dia consigo expressar o que sinto. Gostando ou não de alguma coisa, eu falo. Quem me conhece sabe que, se quiser minha opinião sobre qualquer coisa, eu vou falar o que penso.
Como diz a minha mãe: "ao conhecer a Karina você tem duas opções - amá-la ou deixá-la". Quem escolhe a segunda opção, acho que não se arrepende porque sabe que tem alguém em quem pode confiar.

Um beijão para todos e espero sua participação no próximo texto!

Karina