sexta-feira, 12 de agosto de 2011

FILÉ MIGNON OU ALFACE?

Imagine a situação: você vai a um restaurante muito bom (na realidade, trata-se de um dos melhores que você já conseguiu frequentar). Você consulta o cardápio, analisa os preços altos, faz o seu pedido e aguarda. Ao receber o que pediu, vê que se trata de um prato bonito, bem feito e apetitoso, mas, intimamente, reclama que é pouca comida para um preço tão elevado. Algumas vezes, reclama com o garçon e, quando não faz isso, desabafa com os amigos.

É comum as pessoas agirem assim em para muitos serviços que contratam ou produtos que adquirem. A maioria de nós tem a tendência de reclamar quando não recebe o que entende ser o correspondente ao preço que pagou.

Aliás, reclamar é um direito do consumidor e qualquer pessoa pode fazer isso sempre que se sentir lesada sobre os serviços contratados ou produtos adquiridos.

Quando o assunto é educação, no entanto, temos uma inversão do compartamento: as pessoas não querem o serviço pelo qual pagaram. Na realidade, ficam felizes quando uma aula acaba mais cedo, quando um professor falta ou quando conseguem que outra pessoa assine a lista de presença em seu lugar.
Eu sempre pensei que esse tipo de comportamento fosse uma característica de imaturidade e que só acontecesse com estudantes do ensino fundamental, médio e graduação. Ultimamente, no entanto, vi que quase todo mundo age assim.

Percebi essa atitude quando ouvi o comentário de uma professora de MBA, que resmungou baixinho quando se ofereceu para ficar dando aula além do horário determinado pela coordenação do curso e alguns alunos consideraram a ideia ruim. "Que interessante", disse ela, "estou oferecendo mais do que eles contrataram, sem custo extra, e eles não querem aproveitar".

Desde então, comecei a prestar atenção no comportamento das pessoas quando o assunto é aprimorar seus conhecimentos. Infelizmente, constatei que, também em empresas, onde atuam profissionais maduros e que têm consciência de que precisam manter seus conhecimentos atualizados constantemente, o comportamento é o mesmo.

É uma pena. As pessoas criticam tanto a situação precária do ensino público no Brasil, mas, quando se trata de seu próprio desenvolvimento, parece que só o que interessa é o diploma que vão receber quando o curso terminar. E não veem a hora que isso aconteça...

Desperdiçar uma oportunidade de aproveitar ao máximo o conhecimento que está sendo oferecido é pedir para receber, ao invés de um diploma, um atestado de burrice.

Há um frase popular, cujo autor desconheço, que explica bem esse comportamento: "algumas vezes, a vida oferece filé mignon para quem se contenta com alface..."

O que esperar de quem age assim?

2 comentários:

victor disse...

Ka bom dia linda. Bem resumido, Podemos dizer que esse comportamento de uma grande maioria dos seres humanos é normal, por que? Esses seres nunca vão alem do pedem ou obrigam a ele fazer, são paus mandados, não tem a menor criatividade, inovarem nem pensar, cronstruir ai é querer de mais desses seres. Certa ocasião estava trabalhando na America e constatei que havia um grande numero de adolecentes drogados naquele local onde eu morava, ai comentei com um colega, nossa um pais como a America numero um, com tantos jovens drogados e voces parecem que nao se importam, ele me respondeu o seguinte; é isso mesmo não vamos gastar nosso tempo e dinheiro bom com coisa ruim, isso chama-se seleção natural, esses jovens nunca serão nada. Vamos em frente esqueça eles.

Anônimo disse...

Oi Karina, gostei muito da comparação, sei que existe esse desinteresse, em qualquer nível, se formos ao ensino fundamentel, principalmente público, eu ouço os alunos ficarem felizes quando tem greve , o professor fica doente...No nível superior já ouvi sobre a falta de um professor, ainda bem vou sair mais cedo, vou dormir ou sabe lá o quê. Sou Instrutor Militar , o que mais ouvia era: Isso cai na prova, às vezes ficava pesquisando, lendo e queria passar o conhecimento, para que outros também pudesse saber, só ouvia isso : cai na prova , só quero tirar o 5.
Eu acho um problema cultural. Recentemente em Londres houve manifestação por causa do ensino, agora aqui perto de nós no CHILE,brigando por educação. Possa ser que eu esteja até sendo radical demais. Mas enquanto houver SAMBA, MULHER e FUTEBOL, não iremos as ruas pedir melhoria na educação, que consequentemente é uma cadeia , que iria mudar a forma de pensar agir, brigar( sem agredir fisicamente) por melhoria na saúde, menas corrupção. Para terminar eu li um artigo a tempo de de um Filósofo, o nosso problema É SÓ EDUCAÇÃO. Forte ABÇ
Amigo da LUCIANA.