Esta semana, um colega que trabalha na mesma empresa onde trabalho me contou que começou a cursar uma faculdade de Engenharia de Produção Mecânica. Fiquei muito feliz, principalmente porque ele falou que tomou essa decisão depois de uma conversa que tivemos no início do ano, durante a qual falamos sobre prioridades, objetivos e desejos profissionais.
Nessa conversa, meu colega, que é Caldeireiro, me falou sobre o seu desejo de crescer profissionalmente e que tinha consciência de que ter uma graduação seria um passo importante para conseguir isso. Seu dilema, porém, era o medo de assumir um compromisso financeiro tão sério tendo uma criança e esposa para sustentar. Pagar uma faculdade comprometeria a forma confortável como ele e sua família estavam vivendo até aquele momento.
Se tem uma coisa que eu aprendi em mais de 10 anos de experiência em uma multinacional é que manter-se constantemente atualizado é um dos fatores de sucesso profissional. Numa área em que todos parecem iguais, como é o caso da produção, ter uma graduação pode ser um grande diferencial.
O bate-papo me fez lembrar de quando decidi cursar a faculdade de jornalismo sem nenhuma condição financeira de arcar com essa decisão. No primeiro ano, tive a sorte de contar com a boa vontade de uma tia que pagou as 12 primeiras mensalidades. Depois, fiz verdadeiros malabarismos para conseguir acordos e ir empurrando com a barriga uma dívida que só consegui quitar muitos anos depois de formada.
Também lembrei das minhas irmãs. A mais nova e sua estratégia de guardar um dinheirinho a cada mês até conseguir juntar o montante suficiente para pagar uma mensalidade, começar a juntar de novo e pagar outra e, assim, ir levando até se formar. A outra, minha irmã gêmea, que acordou para essa necessidade somente depois dos trinta anos, quando já tinha dois filhos, correu atrás de bolsa de estudo, teve a paciência de saber que os anos da faculdade seriam tempos de abrir mão de várias coisas que dependiam de dinheiro e a certeza de que esses anos difíceis valeriam a pena.
Contei todas essas experiências ao meu colega, especialmente a da minha irmã gêmea, cuja situação familiar era mais parecida com a dele. Juntos, concluímos que não existe um momento certo, em que todas as coisas funcionam perfeitamente bem possibilitando tranquilidade para que nossos projetos não exijam algum tipo de sacrifício. A única certeza é que, quanto mais adiamos, mais reduzimos as nossas chances de aproveitar as oportunidades que se apresentam diante de nós todos os dias.
Gostei de saber que as experiências que compartilhei o ajudaram a tomar essa importante decisão. O primeiro passo ele já deu: junto com a esposa, começou a planejar um futuro que, tenho certeza, será muito promissor.
Boa sorte ao meu colega e a todos que, mesmo com medo, correm atrás para fazer alguma coisa para mudar e se preparar para as possibilidades de uma vida melhor.
2 comentários:
Realmente, se esperamos pelo tempo perfeito podemos perder a oportunidade e depois nos arrependermos. Nos estudos, concordo plenamente que nunca é tarde para aprender e se desenvolver. Minha irmã também voltou a estudar com os filhos e mesmo não tendo condições de fazer faculdade, já fez dois cursos técnicos. Seu filho, por outro lado, que trabalha para a Petrobrás e teria 70% da faculdade paga, não está estudando, não demonstra interesse em crescer.
Também estou torcendo por seu amigo.
Quem sabe faz a hora nao espera acontecer (Geraldo Vandre). Beijos meu amor
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